O e-mail surgiu em 1971 e foi a primeira forma de comunicação através da internet, e assim que a rede se tornou comercial, através da World Wide Web em 1990, empresas começaram a utiliza-lo como uma ferramenta de comunicação e marketing.

Quando iniciei a atuar na área, em meados de 1999, a primeira ferramenta que comecei a utilizar foi o e-mail marketing, e a segunda mais importante eram os grupos de discussão, que também funcionavam através de e-mail. Confesso que utilizei o e-mail marketing exaustivamente, alcançando resultados surpreendentes até 2008 ou 2009, mas foi nesta época que comecei a perceber uma queda expressiva nos resultados, principalmente na conversão de vendas.

Como consultor e professor de marketing digital, acompanho os resultados de dezenas de empresas clientes e alguns milhares de alunos, além dos meus próprios resultados, e começo a me questionar sobre a continuidade e sobre a eficácia do e-mail marketing. Por este motivo, a grande dúvida é: O e-mail marketing vai acabar?

Vamos responder por partes. Em primeiro lugar, nem o uso do e-mail como comunicação pessoal, nem o e-mail marketing como estratégia de comunicação empresarial irão acabar. Porém, Apesar de muitas pesquisas que encontro por aí afirmarem que esta ferramenta ainda gera muitos resultados, e que é a mais utilizada no marketing digital (pesquisas que na sua grande maioria são realizadas ou patrocinadas pelas próprias empresas que vendem serviços de e-mail marketing), quem atua profissionalmente na área sabe que esta não é a realidade. A conversão de vendas, que é o que realmente importa, está cada vez menor percentualmente ao volume de e-mails enviados.

Qualquer profissional de marketing sabe, ou deveria saber, que o objetivo final de uma estratégia é a venda, porém, a maior parte das pesquisas que encontro sobre o setor apresenta apenas dados sobre volume de e-mails enviados, ou quantidade de e-mails abertos ou visualizados  dados que pessoalmente eu desconfio, pois muitas vezes ao comparar os relatórios destas ferramentas com relatórios do Google Analytics por exemplo, a diferença é extremamente grande, e entre o relatório gerado pela empresa que faz o envio e o relatório do Google Analytics, não preciso nem dizer em qual confio mais.

Outro ponto importante é que as novas gerações gradativamente estão substituindo o uso do e-mail como forma de comunicação pessoal pelas redes sociais e SMS e outras ferramentas de comunicação instantânea, e temos que considerar também que o volume de SPAM que recebemos atualmente tem feito com que as pessoas percam a credibilidade nesta ferramenta.

Então como podemos ter resultados usando e-mail marketing?

Apesar de todo este cenário trágico que descrevi acima, o e-mail marketing ainda pode ser bastante útil em seu MIX de comunicação, desde que usado da maneira correta. Por isso resolvi dar algumas dicas de como obter melhores resultados:

1 – PROPAGANDA X CONTEÚDO – Evite o envio exagerado de propaganda para seus usuários. Sempre que possível substitua o e-mail marketing por um “newsletter”, ou seja, um boletim informativo, com links que levem para notícias ou artigos, atraindo o usuário para seu site, onde então ele encontrará banners promocionais, e decidirá se tem interesse ou não pelos seus produtos;

2 – COMPRA DE MAIL LIST – Nunca, jamais, em hipótese alguma compre listas de e-mail vendidas pela internet. Lembre-se que centenas ou milhares de outras empresas já compraram a mesma lista e estão utilizando para entupir as caixas de e-mail de pessoas que não solicitaram receber. Outro motivo é que estas listas não são segmentadas, não tem qualidade e muitas vezes são formadas por endereços que já não estão mais ativos. Conheço inúmeros casos de pessoas que compraram e não tiveram nenhum resultado sequer.

3 – USUÁRIOS OPT-IN – Envie e-mail apenas para usuários que se cadastraram em seu site e solicitaram suas informações. Atualmente pelas regras do CAPEM (Código de Autoregulação para Pratica de E-mail Marketing), é aceito também o envio para clientes que já mantenham relacionamento com a empresa, mesmo que não tenham se cadastrado em seu mailing;

4 – RESPEITE O USUÁRIO – O uso do “opt-out” (aquele link onde o usuário pode cancelar o recebimento), é obrigatório, porém, quase nunca respeitado. Lembre-se que se o usuário não quer mais receber suas mensagens, não significa necessariamente que ele não quer mais fazer negócios com você, porém, se você não respeitar seu desejo, com certeza perderá o cliente e ganhará um inimigo.

Por: Olimpio Araujo Junior / Fonte: gestordemarketing